O Ceifeiro A Ceifeira A Ceifeira

As ceifas eram uns dos trabalhos rurais mais importantes.

Os ceifeiros não podiam ser frâgeis, as ceifadas exigiam muita energia física, por isso tinham de ser fortes e ageis. A foicinha tinha de estar bem afiada, o punho devia ser de madeira e devia estar bem fixo para a mão encontrar firmesa e não cansar o pulso.

Normalemente, numa ceifada participavam um grupo de homens e mulheres. Estes homens e mulheres iam preparados para disputar quem era mais rápido e quem fazia o corte mais perfeito do trigo ou do centeio. A regra para fazer um corte perfeito era cortar o trigo, ou centeio, bem baixinho para quando se fosse lavrar não haver muita palha nos campos. Muitos ceifeiros andavam mais a frente para demonstrar que eram valentes, outros, ficavam para trás. No entanto, todos cantavam em coro, com diversas vozes e sentiam-se felizes e reunidos nesta grande tarefa.

É difícil não sentir a opressão, as dores do contínuo dobrar do corpo, a ardência infernal de um sol, mas hoje, nada disto existe, as mâquinas agrícolas tomaram conta desse passado : são os campos que estão de luto.

Quando os rapazes sabiam que havia uma ceifa, juntavam-se a espera das raparigas para dançar. De noite não se dançava pois as raparigas deviam estar recolhidas na segurança de suas casas.

 

 

O Ceifeiro

 

Homem da Feira

 

O homem da feira devia ser elegante e aprumado para se mostrar e, também, para as pessoas confiarem nas suas compras por ele ser tão correcto e fidalgo. O homem feirante, também era caracterizado pelo o seu bem vestir :

 

- Pau na mão

- Calça em cotim as riscas

- Bota de vitela

- Faixa preta

- Colete com corrente em ouro ou prata para o relógio de bolso.

- Camisa de linho bordado

- Camisola interior de punhos bordados.

- Chapéu de 3 bicos

O Feirante Abastado

 

 O Feirante (Variante)

   

No século XIX, as feiras  representavam o local de encontro e sobretudo de troca dos mais diversos produtos, levados por lavradores, comerciantes de pequeno e grande trato, que vendiam e se abasteciam na compra de outros produtos.

 

A feira, antes de mais era um local de encontro entre os vendedores : os feirantes e compradores : os fregueses que ali estabeleciam os seus negócios.

 

As feiras surgiram da necessidade da troca de produtos entre o homem do campo e da cidade, e entre regiões diferentes. A sua expansão está intimamente associada às festividades religiosas, como as romarias e peregrinações, por serem um momento de aglomeração de pessoas em dias de tréguas.

Historicamente as feiras adquiriram uma importância muito grande, que ultrapassa seu papel comercial e as transforma, em muitas sociedades, num entreposto de trocas culturais e de aprendizado, onde pessoas de várias localidades se congregam para estabelecer laços de sociabilidade.

     

O Homem da Feira

O Homem da Feira (Jovem)

O Homem da Feira

 
As malhadas eram feitas na eira do lavrador, dono das espigas. Geralmente eram feitas de manhã bem cedo ou ao fim da tarde, altura em que o sol não fosse um incómodo, para quem trabalhava. O lavrador, logo de manhã ia ao espigueiro, trazia as espigas para o centro da eira e fazia um monte. Depois, convidava alguns vizinhos e amigos para a tarefa. Ninguém pedia nada em troca apenas faziam por passar uma manhã ou uma tarde bem passada. Faziam uma roda á volta das espigas e com um “malho” batiam com força nas espigas até separar o milho da maçaroca.
O Homem da Malhada

 

O Homem do Campo

O Homem do Campo O Homem do Campo


O homem do campo com toda a sua simplicidade e hulmidade, dedicava-se principalemente a agricultura e a cultivar as suas terras. O homem do campo, simples vivendo com pouco, é feliz, não troca a vida dele pela vida de outro, sonha com pouco, ja lhe é suficiente para viver feliz. Digno representante do seus antepassados, deles herdou o seu génio valoroso, destreza, respeito, amor do trabalho e religioso cumprimentos dos seus deveres.
Os lavradores, agrupavam-se para fazerem as grandes vessadas, cegas de centeio, roçadas de mato, espadadas de linho, desfolhadas e malhas de cereais e até sachas.

Este traje usado para os trabalhadores no campo ou mesmo caseiros que, embora confeccionado em tecidos mais simples, nem por isso deixavam de ter um cunho de bom gosto e graciosidade. Como o traje tinha que se apropriar ao movimento, ao trabalho e ao meio, os tecidos são bastante mais resistentes, normalmente de cotim, algodão, linho ou riscado, usam-se nas lides do quotidiano. Os tecidos sao mais pobres, tem menos cor, sem bordados.

O traje de trabalho varia consoante a época do ano, de inverno o tecido grosso, de verão mais leves.
 

 

 

A poda é uma actividade muito importante na preparação da vindima, uma vez que dependendo da rebentação que se deixe, se vai determinar a quantidade de uvas que a videira poderá criar.

 

Um dos traços mais típicos da paisagem, as vinhas em ramadas que consistem, em termos gerais, em estruturas horizontais, de ferro ou de madeira e arame e assentes sobre esteios, geralmente de granito que cobrem os caminhos, e nas videiras entrelaçadas com árvores nas bordas dos campos, onde a colheita exige a utilização de longas escadas para as vindimas.

 

Grande parte da produção de vinhos verde provém ainda dessas videiras ancetrais que são a uveira, ou vinha de enforcado.

 

 

Traje do Homem da Poda

O homem da poda :

 

Com escada, tesouras e foice na cinta, e também uma corda, para não perder na caminhada aproveitava para levar penso para o gado na volta a casa. A corda tinha muita utilidade além de servir para atar o penso do gado, servia também para segurança : por vezes quando podava amarrava a escada para melhor se apoiar nas árvores que não davam condições de bem se instalar, ou por motivos do chão não ser direito no pé da escada.

A escada da poda

A foice

 

O moleiro e os moinhos sempre estavam situados nas margens dos rios, porque eram gerados pelas forças das águas correntes pelos rios abaixo. Uma profissão muito difícil e agitada por causa do contra tempo das águas que faziam estragos na rotação dos moinhos e na moral do moleiro.

Quando a força da corrente das águas eram incertas, o moinho sentia dificuldade na rotação e as farinhas arriscavam de ser de má qualidade se a manutenção não fosse eficaz. Também, tinha influência se estivesse mal picado ou mal regulado na tramela. Com a sua trupidação fazia tombar o milho, o centeio, o trigo, ou outros produtos do campo que desse farinha, havia mesmo quem moe-se as cascas de nozes para o pão, assim dava-lhe um bom gosto.      

As águas, por vezes, eram torrenciais e outras vezes estavam paradas pela secas dos rios, tudo isso fazia com que a profissão de moleiro fosse, muitas vezes, muita ingrata.

Traje do Moleiro

Havia, também, o moleiro amador que utilizava o moinho de outra pessoa, esses moleiros amadores faziam moer a sua farinha, por vezes de má qualidade, que era só para alimentação dos animais, para o bom pão dirigiam-se a um profissional. Haviam, também, os habilidosos, uns bons futuros moleiros, se assim quiser : um habilitado a profissão Moleiro

Por vezes em certas freguesias, os lavradores tinham um moinho comunitário. Cada um moía no seu dia. Também havia quem tinha moinho próprio só para si, e quem tinha moinho próprio e moía para a comunidade por maquia, distribuía as farinhas aos fregueses porta a porta, transportadas por uma mula ou duas.

 

Traje do Moleiro

O Moinho

O moinho de água apareceu no século II d. C. com os gregos e os romanos, que depois o espalharam pela Europa. Serviam, como indica a sua etimologia, para moer cereais e transformá-los em farinha. É um engenho muito simples e que foi utilizado durante praticamente dois milénios, permanecendo ainda em uso, embora tendencialmente decadente, no século XX. Consistia em aproveitar a energia cinética, o movimento dos rios, para fazer rodar o moinho e acionar depois o sistema de moagem. É um excelente modo de aproveitamento de uma energia natural não poluente e ecológica, uma vez que não implica praticamente nenhum desvio do curso das águas e não altera, portanto, a fauna e a flora fluviais, mantendo assim o ecossistema intacto. Era aqui que as pessoas traziam o seu milho para a moagem ser feita e de onde sai a farinha para ser feito o pão a chamada "Broa". A moagem do milho era feita e o pagamento da moagem era feito de diversas formas, de dinheiro quem tivesse, fazer serviços para o dono do moinho, ou pelo mais usual forma de pagar na altura que era a entrega de uma medida de farinha instrumento este muito usado nas merciarias tradicionais.

Os Moleiro

 Hoje alguns destes moinhos se encontram em total abandono,outros são recuperados para fins turistico como foi o caso deste moinho da aldeia de Pedraído, pois foi recuperado e posto em funcionamento.
Uma maravilha que é, e como foi conseguido o espaço em que esta inserido é digno de ser visto, é simplesmente lindo .

 

O equipamento do moleiro era o seguinte :

 

- Um pico para picar a pedra da mó

- Um martelo para pregar ou despregar alguma madeira ou pôr um prego

- Uma pá para apanhar a farinha

- Um corredor que dava para apanhar a farinha ou o milho.

- Uma vassoura de gestas para varrer

- Uma lanterna para eluminar alimentada de azeite

- Diversos sacos para meter á farinha ou os cereias

- E indispensavel, um jiroco para auxiliar o moleiro de certos carregos

 

O negociante de gado era um homem cheio de astúcia e calculador no seu negócio. Quando andava de feira em feira, de porta em porta para se anticipar na compra do mercado, ou mesmo com uma passagem pelos campos, quando o gado andava a pastar, este aproveitava para espiar onde se podia encontrar mercadoria capaz de o interessar. Também colaborava com lavradores, povos do campo, pois era com eles que o negócio se poderia concretizar, ao mesmo tempo, diálogo sobre diálogo e pinguinhas sobre pinguinhas e aí estava a primeira proposta de negócio, aí começava a compra, a troca ou a venda de outros gados já visados pelos mesmos interessados em antes de chegar à feira. Se o negócio entre os interessados fosse concretizado, a regra para o comprador e o vendedor era palavra de homem para homem e nada mais que cumprir, conforme a palavra dada, um comprou o outro vendeu. Se foi troca, dizem-se trocas de encosto, quando um deles ficava mais prejudicado, mas não voltam atrás, o negócio estava feito.

O Negociante de Gado.

Se conforme falaram para fazer este negócio e se um deles não foi sincero muitas vezes haviam discuções e talvez paulada e, ficaria resolvido quando outro negociante estivesse interessado no gado pertencente a um dos envolvidos. Mas se o vendedor e o comprador declarassem durante o negócio que se o gado não o satisfizessem por certos motivos ou por qualquer defeito, seriam devolvidos novamente ao vendedor no prazo de oito dias a contar do dia da venda ; então aí não havia qualquer discução, nem zaragata porque foi bem claro que se não satisfizessem o comprador, o negócio tornava atrás e continuava a palavra de homem a homem, conforme o que falaram.

Era assim o negociante de gado.

Feira do Gado em Fafe meados do Século XX

 

Antigamente, a feira do gado era o que maior volume e movimento empresta a uma feira, pela malta que chama e arrasta: feirantes, criadores, compradores, avaliadores, magarefes (o que mata no matadouro), intermediáros, lavradores, etc.

 

Aspecto de uma Feira no Minho em 1960

   

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