Os Espigueiros
O espigueiro constitui um celeiro onde o lavrador guarda as espigas. A dimensão do espigueiro reflecte a grandeza da produção que normalmente é efectuada. De modo idêntico, a sua ornamentação depende da fantasia do construtor e dos recursos do proprietário. |
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Os espigueiros encontram-se, em regra, implantados em zonas onde o terreno é mais elevado de forma a permitir a secagem do milho. Nas imediações, encontra-se a eira que aproveita as características de um solo mais plano e lajeado. É aí que se malha o centeio onde se desfolha o milho, dando lugar às alegres descamisadas que constituíam um pretexto para a escolha do namorico. |
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Em relação ao espigueiro, estes apresentam-se das mais variadas formas e dimensões de acordo com as quantidades de grão a armazenar, as regiões onde se encontram e os materiais disponíveis para a sua construção. Em localidades onde a pedra escasseia, os espigueiros são geralmente construídos em madeira. Porém, atendendo à sua predominante distribuição espacial, a maior parte encontra-se construída em pedra e madeira. |
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A sua fisionomia é variada, existindo sob formas
rectangulares, quadradas e redondas. Contudo, ele apresentou-se inicialmente sob
uma forma mais rudimentar, na maioria das vezes feito apenas de caniços com
cobertura de colmo, tal como aliás sucedia com as habitações mais humildes. E,
as técnicas empregues na sua construção evoluíram à medida que se foi
constatando a melhor forma de secar o cereal mantendo-o simultaneamente fora do
alcance de elementos indesejáveis. |
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Constituindo a secagem a sua principal função, o espigueiro é construído de
molde a proteger as espigas da humidade, salvaguardando-as da intromissão dos
pássaros, insectos e roedores, assegurando ao mesmo tempo o necessário
arejamento do seu interior. E, este cuidado é tão importante quanto adverso
poderá ser o inverno que se aguarda pouco tempo após a colheita do milho e as
suas descamisadas. |
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Tomando como modelo de referência os existentes no Minho, o espigueiro é geralmente construído em madeira e pedra, quase sempre em granito extraído na região. Encontra-se frequentemente assente em pilares que o elevam do solo, sobre os quais assentam os dinteles que são os esteios que suportam toda a estrutura e onde se encaixam as aduelas. Estas apresentam-se de forma intervalada para permitir, através das fissuras propositadamente deixadas abertas, efectuar-se o arejamento do seu interior. |
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Para prevenir o acesso das formigas, uma pequena fossa com água rodeia as sapatas onde assentam os pilares do espigueiro. De igual modo, os “torna-ratos” protegem-no dos roedores. Regra geral, são cobertos de telha, existindo porém alguns que se apresentam com cobertura de colmo ou em pedra, sendo mais frequentes nestes casos em lousa e piçarra. |
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