Outras vezes a fonte enchia-se de mulheres. E enquanto os cântaros enchiam, um a um, as mulheres queixavam-se da vida, trocavam as notícias dos cantos da aldeia, trocavam segredos que prometiam guardar. E a fonte onde os cântaros enchiam e vazavam, esquecidos, tornou-se o lugar mítico da aldeia escrito para sempre à volta de um gesto de mulher. As raparigas vinham ao findar do dia, já posto o sol. Vinham dos campos os rapazes, nessa hora. E o cantar da fonte não deixava ouvir a mais ninguém as juras de amor.
 

Fonte de Sao Bento - Pedraido Fafe

E a fonte onde os cântaros enchiam e vazavam, esquecidos, tornava-se o lugar mítico do romance. E sempre do amor.
As fontes reinavam sobre quem lhe passava pelo caminho para matar a sede.
Mas com o passar dos anos a vida mudou e a água foi encanalizada para as casas.
Assim o reinado das fontes acabou.

A Fonte

Fonte de São Vicente de Felgueiras

Os lavadouros estavam localizados, primeiro nas margens dos rios e poças, mais tarde em tanques, a lavagem de roupa suja foi uma tarefa exclusiva das mulheres. Os lavadouros eram lugares de encontro onde se falava da vida alheia, eram os “lugares publicos” da aldeia.

Lavadouro da Fonte de São Bento

Outrora existiam na “vila” de Fafe vários tanques públicos que aos poucos foram desaparecendo. Os lavadouros são património representativo de uma época, não muito longínqua, em que as práticas comunitárias eram mais frequentes. O simbólico lavadouro da Praça das Comunidades é dos poucos ainda existentes na cidade que ainda é utilizado e por isso deve ser conservado e valorizado.  

Lavadouro Público da Praça das Comunidades