A Matança do Porco

 

O porco era a base da nossa alimentação. Vivo, produzia estrumo necessario para os campos dos nossos lavradores, morto, servia de talho para todo o ano.

A matança do porco era uma tradição muito difundida e das mais antigas de Fafe e do Minho. Antigamente todos matavam um porco e por vezes nas casas mais abastadas até matavam dois ou três.

Porco no cortelho preso pelo o focinho

A matança do porco era motivo de festa e alegria, então preparava-se esse dia meticulosamente. No dia da mantança o lavrador levantava-se cedo, para preparar tudo para quando chega-se os convidados, mais homens de que mulheres porque era um trabalho de força e precisão. Salgadeiras, alguidares, aventais, panos para limpar o porco, e para o pequeno almoço dos convidados o "mata bicho": café, bagaço, bolachas ou mesmo por vezes presunto e salpicão do anterior defunto. Tomavam todos juntos o pequeno almoço em antes de ir para o cortelho. Um homem para prender o porco no cortelho pelo o focinho, outro de faca na mão: o matador, e outros quatro um para cada pata por vezes com cordas para o prender em cima do carro dos bois. Afastados os que têm pena, "não vá ele encolher o sangue" e, la vinha uma mulher com um alguidar.

A Matança do porco

Naquela momento quem mandava era o matador, o momento fatal, a faca perfura o pescoço do pobre animal a gritar, todos a segura-lo neste longo minuto de agonia em quem o alguidar se enchia de sangue.

Então começava-se a preparar os tojos ou a palha para chamuscar o porco até que ninhuma pele fica-se na lamina da faca, pois, a pele exterior também se come. Hoje, para chamuscar o porco utilisa-se um maçarico a gás.

O porco era chamuscado

Entretanto, as mulheres, preparavam o sarrabulho, as fateias da boa broa de pão, e uma pinguinha de vinho. Depois, o porco era lavado e pendurado numa trave segura, pois ai vinha a parte mais delicada da operação que era a abertura do porco para a extracão das tripas, que iam ser lavadas pelas mulheres na ribeira para mais tarde servir para fazer os chouriços e salpicões.

No dia seguinte, desfazia-se o porco, cada peça era aproveitada, umas para o fumeiro, outras para a salgadeiras, outras directamente para o tacho, nada de estragos desde dos untos até os pedaços de carne para fazer chouriços ou salpicões.

  O porco era pendura numa trave segura
   
O fumeiro Chouriços e salpicões

 

Hoje esta tradiçao esta a desaparecer, mas ainda há alguns lavradores inreductiveís que praticam esta convivencia e arte.

Sarrabulho, moiros de sangue, chouriços, salpicão de lingua ou de carne, costeletas ou febras, pessuntos, pás, orelheira, pés e varios pedaço de carne guardas na salgadeira em sal :

 

"Um talho para todo o ano".

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