A “Bezeira”

 

Nas freguesia do concelho de Fafe hesistia o ritual da vezeira :

 

Todos os dias, bem cedo, quer chovesse, quer fizesse sol, era sempre o mesmo ritual, quando a luz do dia passa-se teimosamente pelo um buraco da telha ou pela frincha de uma janela, o pegureiro (pastor) acendia a lareira para aquecer o corpo e para se prepara para levar a vezeira a pastar no monte. O monte que eram um recurso comum a todos, « o monte é de todos e todos la se podem governar ».

 

Entao logo de manha cedo, tocava a corneta (buzio), para que todas as ovelhas da freguesia se juntassem num sitio ja definido onde o pegureiro esperava por elas.

O pastor levava broa e bebia agua onde encontra-se. Também não se esquecia de levar um pau de lodão para proteger do lobo. O trabalho do pastor não era em nada facil, tinha de conduzir o seu rebanho de forma a que ela não invadissem as propriedades de particulares, tinha que proteger o seu rebanho das raras mas sempre iminentes ataques do lobo, e se a isso se juntasse um dia de chuva ou de nevoeiro, entao o grau de difficuldade aumentava de forma gradual.

 

A “Bezeira”

 

 

A “Bezeira” em Pedraído fim do Século XIX

 

A vezeira é regida por regras especificas, o pastor deveria guardar o rebanho consente o numero de cabeça de ovelhas ou cabras que possui, então nessas localidades como por exemplo na freguesia de Pedraido, quatros ovelhas correspondiam a um dia de monte, não entrando em conta nem os chiabarros (bode), nem os carneiros.

 

Na hora da sesta o pastor, encaminhava as ovelhas para a sombra e em geral para um local onde houvesse agua. Estavam então duas ou tres horas a sombra, o pastor por vezes uma mulher passava o seu tempo a fazer meia de lã ou trença para fazer chapeus de palha.

 

Passando a hora do calor, as ovelhas estando a comer, o pastor começava a varrer as caganitas, enchendo o saco par trazer par casa, um bom estrume para a horta.

A bezeira regressavam ao fim do dia a aldeia, e cada ovelha voltava por habito ter a corte de su dono.

 

Por vezes o pastor so dava conta de lhe faltar alguma ovelha quando chega-se a porta do dono, que lhe pregava um valente sermão por nao ter tomando conta do recado.

No dia seguinte é preciso passar a rês, e outro pastor ira com o rebanho que é de todos.

Hoje perdeu-se o conceito comunitario da “bezeira”

 

A Corneta "Buzio"


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